Ainda me consigo ver, no topo daquelas escadas, a brincar aos acordes com a minha guitarra. Ainda me consigo ver, à porta daquele prédio verde, encostado áquela coluna de betão, à espera, desde sempre, daquele beijo. Ainda te consigo sentir, no meio daquele anfiteatro, junto a mim, quebrando a regra sem exepção. Ainda consigo ler o texto que escrevi sentado num bloco de granito, à porta daquele museu. Sinto agora a gélida brisa dessa tarde. Ouço agora a voz do homem que, em inglês, se dirigiu a mim. Perguntou-me sem receio o que escrevia. Disse que era sobre coisas que pensava. Ele disse que era escritor. Não sei bem porquê, mas nunca mais vou esquecer a maneira como o vi da primeira vez, e a ideia com que fiquei depois de falarmos. Não vou mais esquecer aquela voz. Orgulho-me de ter sido orgulhoso e ter permanecido eternamente naquele bloco de granito.
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